terça-feira, 22 de setembro de 2009

O JARDIM


Inusitado jardim...
Caminho por ele, que sempre me surpreende!
Aroma, colorido, paz.
Tudo que traz ou é me aquieta com surpresa,
Que é, para mim, a melhor quietude.
A cada momento uma nova flor
Não fui eu quem a plantei ali desta vez!
Nem mesmo cuidei para que florasse.
Ela simplesmente surgiu alegre, delicada,
Independente, dançando, quase saltando
E sempre livre na aquarela.
Apenas mantenho a terra adubada,
Os portões abertos para os passantes
Compartilharem dos cheiros, das cores,
Do clima e, de repente...
Uma flor tão rara de linda!
É o instante daquela flor,
Tudo pára para a flor radiante
E tudo brilha como nas descobertas!
Talvez o vento ou quem sabe
Um passarinho generoso
Tenha trazido a semente e
Dado de presente ao jardim,
Que alimento e que é alimento para mim.
Um vento bom que vai e vem
Um passarinho gentil e transformador
Deixo-os pousar por instantes no meu colo:
O vento, o passarinho, as flores
E toda delicadeza que os contém!
(porque a delicadeza não pode ser contida)
Um jardim inteiro no meu peito
E que contemplo quando deito
Na relva da vida fluida que passa...
Dinâmica!
E nos conduz ao desconhecido.
Fotografo, então, na lembrança
Esta imagem que é acalento
E adormeço tranqüila
Porque vive um jardim aqui dentro!

Daniela Mendes Marques, setembro de 2008.
Imagem: "O Jardim", de Joan Miró.

Um comentário:

  1. Este foi inspirado na tela de mesmo nome (O JARDIM) de Joan Miró, artista plástico espanhol, (de Barcelona) que me encanta com seus traços e colorido. Miró viveu de 20 de abril de 1893 a 25 de dezembro de 1983.

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