segunda-feira, 16 de novembro de 2009

DANAH COSTA: TALENTO, CARISMA E BELEZA!


Ela teve sonhos quando pequena como toda criança tem e acreditava neles como toda criança acredita, a diferença é que a criança cresceu e continuou acreditando nos seus sonhos de menina. Sempre que a vejo, penso: “ela acreditou em si, nos seus sonhos e, simplesmente, lindamente, foi... Foi ao encontro do que queria viver! Ela cresceu, brilhou e continua brilhando! Isso não é mágico?”
Penso também que não é só acreditar em si, há de se ter talento, carisma, beleza. Ela tem! A Danah realiza um pouco, sem saber, das minhas fantasias de criança, daquelas de quando a gente brincava de boneca e dizia que um dia ia ser artista (risos). Conta a verdade! Vai dizer que você nunca cantou de frente pro espelho aquela música preferida e imaginou uma platéia inteira curtindo?! Não?? Que triste!!! Eu me divirto até hoje fazendo caras e bocas no chuveiro, porque a acústica do banheiro é fera!
Adulto também sonha, mas a maior parte dos adultos tem sonhos que constrói depois de adultos. Ela também os tem, mas a Danah é desse tipo de ser humano que mantém os sonhos da infância, acreditando neles, apostando neles... sem fechar a porta para o novo, para a vida que acontece agora.
Eu vi o show Danah e os Nobres, no Teatro Hélio Melo, aqui em Rio Branco, no Acre. Cenário bonito e criativo; figurino ousado; letras intensas, divertidas; voz rouca, sensual; música swingada, gostosa; músicos nobres: Paulinho e Alexandre juntos é “muito ótimo” (risos), mandam super bem! Danah, uma estrela Real, que brilha sem ofuscar. É lindo vê-la! Do tipo de artista que realmente tem tesão pelo que faz! Eu quero é mais! Já decolou e espero que visite vários lugares, porque coisa boa é para compartilhar, dividir, contagiar... só desse jeito eu acredito que a gente multiplica alegria e “positividade” e diminui rancor, tristeza e falsidade.
Danah, eu não preciso ser imparcial e mesmo que precisasse, não acredito nadica de nada nessa tal de imparcialidade. Sou sua fã, mas tem mais! Você, para mim, está na escala das pessoas que a música do Lulu Santos descreve: “... eu vejo um novo começo de Era / De gente fina, elegante e sincera / Com habilidade pra dizer mais sim do que não...”
Beijoca estalada!


Daniela Mendes Marques, novembro de 2009.

Foto: Eduardo E. M. Marques.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DO QUE É QUE EU PRECISO?



Por esses dias tenho pensado tanto sobre o real significado de necessidade! Do que é que eu realmente preciso?
Quando aquietei o coração e comecei a listar, percebi que eu preciso, de fato, de muito menos coisas do que eu imaginava... Não consegui listar em ordem de prioridade, apenas fui registrando as coisas e sentimentos que vinham, como em um exercício.
Preciso de certa tranqüilidade na relação com meus familiares mais próximos, porque assim sou capaz de dar e receber amor, mesmo com todas as atribulações cotidianas.
Preciso de silêncio, pelo menos algumas vezes por dia, porque em silêncio consigo pensar em mim, no caminho que estou trilhando, consigo fazer preces e até consigo ficar sem pensar em nada...
De leitura! Preciso deste maravilhoso transporte de saberes, que traz e que leva... Eu posso não estar em sala de aula aprendendo-ensinando, mas com certeza eu preciso estar lendo algo! Algo que me traga novo conhecimento, que me leve até as lembranças do passado ou que me motive a fazer coisas novas: ler mais, trabalhar em outras áreas e conhecer pessoas diferentes. Conhecer novas histórias e me inspirar na continuação da minha.
Eu não sei se eu preciso, mas identifiquei que gosto muito de música e que ela revela e/ou define meu estado de espírito. E eu também descobri que adoro o canto dos passarinhos, mas eles bem que podiam começar a cantoria umas duas horas mais tarde, não? Eles me acordam todos os dias às quatro e trinta da madrugada!!! Fala sério! (risos)
(Re)descobri que a atividade física que mais me empolga é a capoeira... Praticando capoeira eu revigoro, recarrego mesmo minhas forças, ainda que no dia seguinte eu esteja com os músculos cansados! E que aquilo que meu velho Mestre dizia faz todo sentido... Que a vida/o mundo é uma roda, como a de capoeira, dá muitas voltas, precisamos ser humildes e estar atentos a tudo. O inimigo pode estar em qualquer lugar, inclusive dentro da gente.
Eu também me lembrei que água me acalma e me liberta e, de manhã cedo, é ela quem me desperta para um novo dia e, de algum modo, enche-me de esperança. Existe em mim uma alegria ao entrar em contato com ela, de certo modo, nossa origem.
Como eu adoro comer bem, percebi que o tempo da alimentação, tanto para dedicar-me ao preparo dela, quanto para saboreá-la é essencial, que isso faz bastante diferença no meu dia.
Eu tenho me encontrado muitas vezes sonhando acordada com o dia em que terei menos e não com o inverso. Sério mesmo! Dia em que terei menos contas para pagar, menos satisfação a dar, menos vantagens a contar, menos deveres chatos a cumprir, menos roupas para decidir, menos calor, menos refrigerante, menos preocupação, menos coisas a desperdiçar, inclusive o tempo... Não tenho mais tempo a perder com tantas coisas inúteis!
Mas eu também tenho momentos megalomaníacos em que quero mais! Mais tempo para o amor (de família e de amigos), mais atividades ao ar livre e puro (ambicioso isso para os dias atuais), mais opções de lazer: trilhas na floresta, banho de mar, de rio, de cachoeira... Ai! (suspiro) a natureza! Ah! E mais contato com as pessoas, sabe?
Eu gosto de tecnologia e acho que ela, às vezes, aproxima as pessoas! Mas estou falando de um contato mais verdadeiro, mais próximo que o de encostar a pele, onde as pessoas tenham tempo para ver e ouvir o outro, tempo e vontade sincera de abraçar forte e tempo para curtir os sorrisos do reencontro.
Bom, e como gosto de gente, gosto quando me sinto útil a elas. Gosto de perceber que sou capaz de ajudá-las de algum modo e sinto uma alegria sincera quando o pouco que eu possa ter feito em favor delas me mostra o quanto agi também em meu favor, porque alguém já nos ensinou que o bem que fazemos ao outro faz mais bem a nós mesmos e o mal que nos fazem não nos faz tanto mal quanto o mal que fazemos a nós mesmos.
Eu também acho que preciso de um trabalho. É eu realmente acho que o trabalho é necessário, desde que dele não sejamos escravos. O trabalho que edifica e que ao final do dia te traz aquela sensação de dever cumprido com ar de alívio e satisfação.
Não é a mesma coisa quando você vira dependente do trabalho. O trabalho que aprisiona não é bom, porque na verdade somos nós que nos aprisionamos a ele. E tudo isso depende do que consideramos realmente necessário para nossas vidas, porque muitas das coisas que achamos que precisamos custam muito dinheiro, que só conseguimos através de muito trabalho, da exaustão pelo trabalho (ou seria pelo dinheiro?).
Eu devo precisar de mais coisas, mas por enquanto interrompi o exercício por aqui! E voltarei a fazê-lo, com prazer, sempre!
E você? Do que é que você realmente precisa?

Daniela Mendes Marques, outubro de 2009.
Foto: Cachoeira Almecegas, Alto Paraíso/GO-Brasil. Por: Ana Euler

terça-feira, 22 de setembro de 2009

PARA O CUCA


Se vamos viver muitas vidas
Ha, ha, ha!
Quero te encontrar em todas elas!
Encontros felizes, profundos, verdadeiros...
Como este: nenhuma necessidade de constância
Nenhuma, de permanência.
Apenas uma certeza feliz no peito:
Amigos SÃO!
Amigos vão
Mas amigos não passarão ilesos
À intensidade e ao amor de uma amizade!
São todos os bons sentimentos pulsando na gente!
De algum modo, amigos também ESTÃO
Conosco em todas as estradas
Ainda que seja do lado de dentro, porque...
Amigos SÃO!
Amigos vão
Mas amigos não passarão ilesos
À intensidade e ao amor de uma amizade!
Vamos ter sempre marcas de riso e desespero
Porque não se constrói nada de sério sem
A dualidade dos sentimentos, da vida!
Vamos ter marcas de dor e de prazer
E é sempre assim que vou lembrar de você:
Inteiro!
Entre sonhos e pesadelos
Vida plena de emoções e Luz
Candeeiro!
Em alma, a gente é irmão!
E desejo ver viver, atemporalmente,
Esta cumplicidade silenciosa e sincera.
Algo feliz e não perdido
Entre a maturidade do presente
E as doces quimeras do vivido.
Tudo sempre muito bem vivido!


Daniela Mendes Marques, julho de 2008.
Foto: Cuca e Maria Lua. Por: Hézio Rik B. Figueiredo

O JARDIM


Inusitado jardim...
Caminho por ele, que sempre me surpreende!
Aroma, colorido, paz.
Tudo que traz ou é me aquieta com surpresa,
Que é, para mim, a melhor quietude.
A cada momento uma nova flor
Não fui eu quem a plantei ali desta vez!
Nem mesmo cuidei para que florasse.
Ela simplesmente surgiu alegre, delicada,
Independente, dançando, quase saltando
E sempre livre na aquarela.
Apenas mantenho a terra adubada,
Os portões abertos para os passantes
Compartilharem dos cheiros, das cores,
Do clima e, de repente...
Uma flor tão rara de linda!
É o instante daquela flor,
Tudo pára para a flor radiante
E tudo brilha como nas descobertas!
Talvez o vento ou quem sabe
Um passarinho generoso
Tenha trazido a semente e
Dado de presente ao jardim,
Que alimento e que é alimento para mim.
Um vento bom que vai e vem
Um passarinho gentil e transformador
Deixo-os pousar por instantes no meu colo:
O vento, o passarinho, as flores
E toda delicadeza que os contém!
(porque a delicadeza não pode ser contida)
Um jardim inteiro no meu peito
E que contemplo quando deito
Na relva da vida fluida que passa...
Dinâmica!
E nos conduz ao desconhecido.
Fotografo, então, na lembrança
Esta imagem que é acalento
E adormeço tranqüila
Porque vive um jardim aqui dentro!

Daniela Mendes Marques, setembro de 2008.
Imagem: "O Jardim", de Joan Miró.

ALADO

Teu jeito próprio e livre de ser
Não é inveja, não quero
que deixes de ser para que eu seja
Não é pertença
Não quero ter-te para ser-te
Quero tua presença de pássaro
Beber na tua fonte
já que és pura inspiração
E deixar-te sempre ir
após intensa breve visitação
Sem secar-te nunca
que és mais lindo no delta
das idéias que somas
rio após rio
que és mais forte, mais fonte
a cada regresso
vivência após vivência
deste ser imerso no mundo
preocupado em ter asas
para estes vôos distantes
e fôlego para as profundezas
de filósofo e de errante
Vou à margem despedir-me
olhar o céu, tocar o rio
parte de ti voa azul, da cor que te vejo
outra mergulha barrenta, da cor que te sinto
Vou à margem despir-me de ti
para que possas partir sem doer
E traz-me tua partida
uma certeza límpida e confortante
de jamais encerrar-nos em despedida.

Daniela Mendes Marques, fevereiro de 2009.