quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DO QUE É QUE EU PRECISO?



Por esses dias tenho pensado tanto sobre o real significado de necessidade! Do que é que eu realmente preciso?
Quando aquietei o coração e comecei a listar, percebi que eu preciso, de fato, de muito menos coisas do que eu imaginava... Não consegui listar em ordem de prioridade, apenas fui registrando as coisas e sentimentos que vinham, como em um exercício.
Preciso de certa tranqüilidade na relação com meus familiares mais próximos, porque assim sou capaz de dar e receber amor, mesmo com todas as atribulações cotidianas.
Preciso de silêncio, pelo menos algumas vezes por dia, porque em silêncio consigo pensar em mim, no caminho que estou trilhando, consigo fazer preces e até consigo ficar sem pensar em nada...
De leitura! Preciso deste maravilhoso transporte de saberes, que traz e que leva... Eu posso não estar em sala de aula aprendendo-ensinando, mas com certeza eu preciso estar lendo algo! Algo que me traga novo conhecimento, que me leve até as lembranças do passado ou que me motive a fazer coisas novas: ler mais, trabalhar em outras áreas e conhecer pessoas diferentes. Conhecer novas histórias e me inspirar na continuação da minha.
Eu não sei se eu preciso, mas identifiquei que gosto muito de música e que ela revela e/ou define meu estado de espírito. E eu também descobri que adoro o canto dos passarinhos, mas eles bem que podiam começar a cantoria umas duas horas mais tarde, não? Eles me acordam todos os dias às quatro e trinta da madrugada!!! Fala sério! (risos)
(Re)descobri que a atividade física que mais me empolga é a capoeira... Praticando capoeira eu revigoro, recarrego mesmo minhas forças, ainda que no dia seguinte eu esteja com os músculos cansados! E que aquilo que meu velho Mestre dizia faz todo sentido... Que a vida/o mundo é uma roda, como a de capoeira, dá muitas voltas, precisamos ser humildes e estar atentos a tudo. O inimigo pode estar em qualquer lugar, inclusive dentro da gente.
Eu também me lembrei que água me acalma e me liberta e, de manhã cedo, é ela quem me desperta para um novo dia e, de algum modo, enche-me de esperança. Existe em mim uma alegria ao entrar em contato com ela, de certo modo, nossa origem.
Como eu adoro comer bem, percebi que o tempo da alimentação, tanto para dedicar-me ao preparo dela, quanto para saboreá-la é essencial, que isso faz bastante diferença no meu dia.
Eu tenho me encontrado muitas vezes sonhando acordada com o dia em que terei menos e não com o inverso. Sério mesmo! Dia em que terei menos contas para pagar, menos satisfação a dar, menos vantagens a contar, menos deveres chatos a cumprir, menos roupas para decidir, menos calor, menos refrigerante, menos preocupação, menos coisas a desperdiçar, inclusive o tempo... Não tenho mais tempo a perder com tantas coisas inúteis!
Mas eu também tenho momentos megalomaníacos em que quero mais! Mais tempo para o amor (de família e de amigos), mais atividades ao ar livre e puro (ambicioso isso para os dias atuais), mais opções de lazer: trilhas na floresta, banho de mar, de rio, de cachoeira... Ai! (suspiro) a natureza! Ah! E mais contato com as pessoas, sabe?
Eu gosto de tecnologia e acho que ela, às vezes, aproxima as pessoas! Mas estou falando de um contato mais verdadeiro, mais próximo que o de encostar a pele, onde as pessoas tenham tempo para ver e ouvir o outro, tempo e vontade sincera de abraçar forte e tempo para curtir os sorrisos do reencontro.
Bom, e como gosto de gente, gosto quando me sinto útil a elas. Gosto de perceber que sou capaz de ajudá-las de algum modo e sinto uma alegria sincera quando o pouco que eu possa ter feito em favor delas me mostra o quanto agi também em meu favor, porque alguém já nos ensinou que o bem que fazemos ao outro faz mais bem a nós mesmos e o mal que nos fazem não nos faz tanto mal quanto o mal que fazemos a nós mesmos.
Eu também acho que preciso de um trabalho. É eu realmente acho que o trabalho é necessário, desde que dele não sejamos escravos. O trabalho que edifica e que ao final do dia te traz aquela sensação de dever cumprido com ar de alívio e satisfação.
Não é a mesma coisa quando você vira dependente do trabalho. O trabalho que aprisiona não é bom, porque na verdade somos nós que nos aprisionamos a ele. E tudo isso depende do que consideramos realmente necessário para nossas vidas, porque muitas das coisas que achamos que precisamos custam muito dinheiro, que só conseguimos através de muito trabalho, da exaustão pelo trabalho (ou seria pelo dinheiro?).
Eu devo precisar de mais coisas, mas por enquanto interrompi o exercício por aqui! E voltarei a fazê-lo, com prazer, sempre!
E você? Do que é que você realmente precisa?

Daniela Mendes Marques, outubro de 2009.
Foto: Cachoeira Almecegas, Alto Paraíso/GO-Brasil. Por: Ana Euler

3 comentários:

  1. Oi Dani, minha querida amiga, bom dia.
    Adorei esse texto, muito legal, sou sua fã!! Gosto muito como escreve, é simples como a vida deve ser e me fez pensar no que realmente preciso... vou ficar pensando! Obrigada por isso, me fez acordar.
    Beijo grande,
    Léa

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  2. Eu preciso da minha familia bem, dos meus amigos bem, do meu bolso bem, da minha saúde bem, e de ler bons textos como este tb. ;)

    Luc

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  3. Dani, que coisa linda. Também preciso de poucas... porém, preciso muito de Deus, de minha família, amigos, estudo, de amor, de capoeira, de me sentir de bem com a vida, da natureza...Te admiro, minha querida amiga. Quero estar sempre pertinho de você.

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